Os cães, infelizmente, têm uma vida bem mais curta que a nossa, por isso a idade avançada chega num piscar de olhos e, muitas vezes, nos pega desprevenidos com diversos sinais de fragilidade. Mas como lidar com essa fase e manter o cão confortável, ativo e saudável? Hoje vamos ver alguns sinais da chegada dessa fase e como podemos fazer algumas mudanças na rotina do cão para garantir um bom estado físico e mental.
A idade avançada pode variar de acordo com o tamanho, o quadro geral de saúde e a predisposição física de cada cão. Alguns cães entre 7 e 8 anos já apresentam mudanças de disposição física e outros só mostram esses sinais após os 10 anos, mas, em algum momento, todos chegam lá.
Vamos ver alguns dos sinais mais comuns que demonstram a chegada dessa fase no lado comportamental:
1- Disposição física: com a chegada da idade, muitos cães mostram menos disposição física, dormem mais e têm menos tolerância a engajamentos, preferindo dormir mais ao invés de interagir com pessoas e outros cães. Essa característica pode estar relacionada a alguns problemas de saúde comuns, como problemas nas articulações, que dificultam os movimentos, redução da produção de hormônios, que causa mais letargia, e menor capacidade cardíaca e/ou respiratória, que causam menos tolerância a exercícios físicos.
2- Mudanças repentinas de comportamento: alguns cães, nessa fase, de repente começam a agir de forma não habitual e às vezes fazem xixi e cocô no lugar errado, comem ou mastigam objetos que nunca tiveram interesse anteriormente, latem ou rosnam para pessoas e outros cães ou andam pela casa de forma meio desorientada.
3- Mudanças no relacionamento com os humanos da casa: nessa fase, alguns cães ficam mais dependentes das pessoas e podem ficar confusos com mais frequência, às vezes quebrando algumas regras de convívio da casa, como entrar em locais que não devem e deixar de seguir a orientação dos comandos conhecidos, e, em situações de desconforto ou dor, buscar o autoisolamento, que é quando os cães se afastam das pessoas e deitam num lugar isolado da casa.
Esse período pode ser muito desafiador para nós, humanos, já que precisamos estar mais presentes, supervisionar e dar mais suporte para que o cão entenda o que fazer. É muito importante que exista um bom acompanhamento veterinário quando esses sinais surgirem, já que muitos deles estão relacionados a problemas de saúde e podem ser aliviados com tratamentos.
Nesse período, é muito importante que, de posse de um diagnóstico, mudanças e ajustes na rotina do cão sejam feitas de acordo. Alguns desses cães vão ter que reduzir o ritmo de atividades físicas e talvez buscar alternativas com caminhadas mais leves, natação supervisionada ou fisioterapia, mas é importante que o cão tenha alguma atividade diária para se manter ativo fisicamente dentro das suas possibilidades.
É muito importante que você saiba advogar pelo seu cão, principalmente nessa fase. Entenda quais são as limitações do seu cão e saiba intervir por ele, ou seja, nas suas caminhadas ou em ambientes sociais, não permita que cães mais agitados invadam o espaço dele ou que crianças e pessoas sejam invasivas, pegando e manipulando ele de forma desgovernada. O seu cão precisa confiar que você vai mantê-lo seguro em qualquer situação, por isso crie espaço para que isso aconteça sempre. Lembre-se: cães mais velhos têm menos tolerância e podem reagir de forma negativa nessa fase quando se sentem desrespeitados ou invadidos.
Na rotina doméstica, mantenha o cão confortável, principalmente em casos em que existem problemas de articulação. Tenha certeza que ele não precisa subir ou descer escadas e a sua cama tem uma superfície mais suave. Mantenha o cão sempre num ambiente bem ventilado para evitar o calor em excesso e tenha sempre cobertores para a época de frio. A alimentação é um grande fator na saúde dos cães, principalmente nessa fase, por isso tenha certeza de manter uma boa dieta controlada para garantir que o seu cão está no peso certo. Cães com excesso de peso sofrem muito da idade avançada, já que a limitação do peso em si pode prejudicar ainda mais a sua qualidade de vida, potencializando problemas cardíacos, respiratórios, articulares, entre outros.
Quanto aos erros cometidos pelo cão, é preciso ser paciente e orientar. Infelizmente, na idade avançada, existe um processo degenerativo no lado mental, como em nós, humanos, por isso é preciso ser justo e avaliar até onde o cão é capaz de entender e absorver de fato as orientações dadas por nós. As melhores sugestões são: seja paciente, esteja presente e continue dando as suas orientações, mas entenda que o processo vai ser mais lento e os resultados podem não ser os melhores, mas o mais importante é você estar ali para guiar e dar suporte.